O post africanista mais FAKE de todos os tempos

Eis o post sobre africanismo, mais fake de todos os tempos, e para piorar, esse mesmo está sendo compartilhado por um número sem fim, e dá para piorar mais, sabe como?
Pessoas ligadas a fé, compartilham como sendo a verdade..
Sim, eu sei, a história até que é bonitinha, mas vai totalmente contra a verdade histórica, além da religiosa.
Então, vou descrever aqui, a posição do blog, logo lá embaixo, desmistificando o texto e seu erro religioso e histórico.
Nem vou buscar a vericidade do autor, ou se alguém achou que era verdade, e mesmo de boa fé compartilhou, apenas vou tentar trazer luz a verdadeira fé nos orixás.
Marquei as opções que irei abordar, logo abaixo do texto, 
com a simbologia (*)



De acordo com o professor Leandro (historiador da UnB) as oferendas deixadas nas encruzilhadas era uma forma dos negros alimentarem seus irmãos escravos que estavam fugindo dos feitores.(*1) 
Os pretos escolhiam lugares estratégicos por onde escravos fugitivos passariam e colocavam comida pesada; carne, frango e farofa porque sabiam da fome e dos vários dias sem comer desses indivíduos e deixavam também uma boa cachaça pra aliviar as dores do corpo e dar-lhes algum prazer na luta cotidiana. (*2)
As velas eram postas em volta dos alimentos pra que animais não se aproximassem e consumissem o que estava reservado para o irmão em fuga e aí surge o que todos conhecem como macumba. (*3)
O rito permanece sendo realizado pelas religiões afro como forma de agradecimento e pedidos aos seus ancestrais e em homenagem a seus santos. A cultura branca e eurocêntrica(*4) foi quem desvirtuou a prática, para causar medo, terror e abominação e reforçar os preconceitos e discriminações contra os negros. 
Não tenho religião e não pratico nenhum culto(*5) mas gosto de saber que já houve tanta solidariedade no mundo e que as pessoas se preocupavam muito umas com as outras a ponto de fazerem um esforço pra alimentarem alguém mesmo sem conhecerem o seu rosto. Hoje vejo tanta gente em igrejas e igrejas em tantos lugares servindo apenas como instrumento de manipulação e exploração da fé alheia para manutenção do poder. Enfim nós não evoluímos."

COMENTÁRIOS DO BLOG.

Bem amigos, em primeiro lugar (*1)
As oferendas, desde que a fé nos orixás e elementais da natureza, que existem desde os primeiros africanos, estimativa atual é de no mínimo 10 mil anos atrás, era a oferenda que ligava o homem, aos seus divinos orixás.
Alimento energético, onde as divindades, retiravam da matéria sua energia, sendo assim, nunca se teve a oferenda aos orixás, como sendo estritamente e obrigatóriamente em primeiro alimentar ao escravo fugitivo, até porque, a história dos escravos fugitivos e a sua religiosidade afrobrasileira, só aconteceu durante a escravatura brasileira, ou seja, 
a partir do ano de 1538, chegaram os primeiros escravos africanos, então, portanto caro leitor e leitora, não tem ligação nenhuma, nessa questão, a oferenda a partir desse ano, por escravos, em relação aos negros africanos, antes da escravidão..
A 10000 anos, antes da chegada dos primeiros escravos africanos ao Brasil, já se oferendava primeiro e únicamente aos orixás e o restante das oferendas a própria natureza se apropiava, antes de que qualquer pessoa pudesse consumir.
Faça o teste hoje mesmo, faça uma oferenda com um simples prato de pipoca, e me diga, em quanto tempo, vários pássaros, irão comer as mesmas?
Sobraria alguma coisa para quem quer que fosse, comer? Imagine então, uma oferenda em meio a uma densa floresta, cheia de animais e aves, quanto tempo essa oferenda duraria?
Nem um minuto..
Então, nesse caso? 
FAKE, ERRADO.

SEGUNDO LUGAR (*2)
 Carne pesada, frango e farofa, em uma oferenda, no meio do mato, na mata atlântica, em um calor de 40 graus, em um Brasil, totalmente selvagem em sua maioria territorial, o que aconteceria com essas carnes?
Uma onça comeria.
Um gato do mato comeria.
Qualquer animal carnívoro comeria.
As moscas comeriam.
As formigas comeriam,
As aves comeriam,
todo e qualquer animal comeria, em meio a densa e fechada mata, conforme o texto relaciona, visto que, em fuga no meio do mato, esse mato seria praticamente intocável, completamente diferente dos dias atuais, onde a grande quantidade de seres humanos habitando o Brasil, aumentaria a possibilidade de alguém comer essa oferenda..
Carne de gado e aves, em um calorão no Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Bahia, lugares onde existia o maior número de escravos no Brasil na época, as carnes apodreceriam em questão de horas.
E como alguém, saberia, que algum negro escravo, fugiria, e passaria logo ali naquele local, em meio as matas?
E no caso, se fosse nas estradas, para um negro fugitivo se alimentar, só ele veria as mesmas, ou o resto de toda a população da localidade, veria e não comeria?
Ou os escravagistas, sabedores de que aquelas oferendas eram para alimentar os negros fugitivos, não fariam nada para as destruir?
O Brasil, é um país de dimensões continentais, 
e quantas oferendas teriam que ser despachadas na natureza, para conseguir justamente acertar que um escravo a encontra-se?
Nunca li, em nenhum livro de história, nenhuma lenda contada nos terreiros, livros sobre religião, sobre esse assunto.

Então, nesse caso? 
FAKE, ERRADO.

 TERCEIRO LUGAR (*3)
PARA MIM, O PIOR DELES.
Velas em volta da oferenda..
Pelo amor de Deus, quem nunca acendeu uma vela na vida?
Acende ela na rua, quanto tempo ela continua acesa?
Sou batuqueiro a 35 anos, eu sei a dificuldade de se manter uma vela acesa em um lugar aberto, na natureza, ainda mais pelo tempo que ela dura acesa, sem apagar.
Vento nas matas, ainda mais naquela época, e conforme o autor do texto,  nos caminhos, não ficariam acesas tempo o suficiente para quem quer que seja conseguisse ver a mesma.
Imagina, uma oferenda posta, para alimentar um escravo fugitivo, em meio a floresta.
Quantos dias essa mesma vela, teria que estar acesa, para que o mesmo escravo a visse na natureza?
O escravo que fugiu, agora que você está lendo esse texto, qual a probabilidade de ele sair correndo feito um louco, em meio mata, ou o escravo fugia, pelas estradas, facilitando sua captura, enfim, até encontrar uma oferenda com velas que ficaram uns 2 ou 3 dias acesas, para facilitar seu acesso a mesma?
Outra questão, uma vela acesa, em volta de uma oferenda, afugentaria uma onça pintada, ou qualquer outro carnívoro ou animais em geral, 
morto de fome, de atacar a mesma?
O Brasil da época, era 90% de matas com todo tipo de animais, muito diferente dos dias atuais.
Agora, vem o cheiro ou de burrice intelectual ou certo preconceito, que o autor, acho eu, escrevei o texto para desvirtuar totalmente nossa fé nos orixás, mas acredito mesmo, que esse texto sendo fake, seja erro grotesco mesmo..
MACUMBA?
Macumba é uma espécie de árvore africana e também um instrumento musical utilizado em cerimônias de religiões afro-brasileiras, como o candomblé e a umbanda. O termo, porém, acabou se tornando uma forma pejorativa de se referir a essas religiões – e, sobretudo, aos despachos feitos por alguns seguidores 
MACUMBA, é um instrumento musical.
Nós africanistas, nunca, em hipótese nenhuma, denominamos, nossas oferendas aos divinos orixás, como sendo macumba, quem assim denominou, foram todos os preconceituosos e intolerantes religiosos, pelos séculos e mais séculos no Brasil, então, mais um erro grotesco de denominação da raíz fonética, ou seja, 

Então, nesse caso? 
FAKE, ERRADO DE NOVO.

QUARTO LUGAR (*4)

O eurocentrismo, utilizado nesse texto, acredito eu, foi usado apenas para parecer ser um texto cientifico, histórico, dar um embasamento filosófico, para quem o ler, achar que é algo importante.
Cheguei a essa conclusão, por perguntar a 3 pessoas que leram esse texto e acharam lindo, o que seria a palavra eurocêntrica, e não souberam explicar.
Mas como todo brasileiro, só porque acham uma palavra bonita, e mesmo não entendo bulhufas, acha que é verdade.
Achei então, que essa questão foi usada apenas para deixar o texto mais bonito, mais cientifico, mais intelectual, para a pessoa ter mais vontade ainda de compartilhar.

QUINTA PARTE(*5)

O autor descreveu que, não tem religião, e não pratica nenhum culto.
EU PERCEBI, PELO MONTE DE BESTEIRA ESCRITA AI NO TEXTO.
Para se escrever um texto histórico, como esse, deve-se pelo menos ter conhecimento, muito estudo, bibliografia estudada, fontes e um pouco de pés no chão, para ter discernimento do que é possível e o que não é.

Enfim, para terminar esse post, farei um resumo final.

Cuidado com o que compartilha, já dizia o ditado, uma mentira contada várias vezes se torna verdade.
A oferenda para os orixás, data desde o inicio da humanidade, sempre foi para a oferta de uma matéria fluídica para o seu orixá regente ou o de preferência, ou o de que se pedirá a solução para algum problema.
A questão social, é lógico que se entra no aspecto religioso.
Uma oferenda bem feita, a natureza se encarrega de a receber, através dos animais que dela se alimentam, até as pessoas, atualmente, moradores de rua, também se alimentam da mesma.
Mas a questão fundamental, e errada no texto.
Quanto tempo essa mesma oferenda duraria em meio a uma floresta, a uma estrada no meio do Brasil colonial a uns 300 anos atrás?
Uma vela duraria 3 ou 4 dias acesas, até que um escravo fugitivo encontra-se a mesma oferenda para se alimentar?
Essa mesma vela acesa, não seria usada como sinalizador pelos perseguidores dos escravos, para os prender?
Quanto tempo duraria os alimentos nas oferendas?
Calor, chuva e vento, acabaria com a validade dos mesmos, uma carne de gado ou de ave, em uma oferenda, em meio a uma estrada no Brasil colonial, cheio de animais silvestres no entorno, não duraria 1 hora no local.
Quantas oferendas teriam que ser feitas, diariamente, todos os dias, horas, semanas e meses, em todos os lugares desse imenso Brasil continental, para que os poucos escravos fugitivo na época, pudessem a encontrar e se alimentar?
As mesmas oferendas, seriam encontradas pelos escravagistas, e o que eles fariam com algo que serviria de alimento para seus escravos fugitivos?
Nenhum texto, sobre isso, algo parecido ou que se assemelhe a esse fato, nem nos livros, filmes, histórias contadas, estórias inventadas, em nenhum lugar, desse uso simples para uma oferenda africanista?
Quem faria essas oferendas, nessa quantidade, qualidade e tantos lugares diversos?
Carne de boi e frango, feito por negros, conforme o texto, sendo que os mesmo só comiam os restos dos senhores de escravos?
Vide a história da feijoada, eram só os restos, dai o autor desse texto, vem me dizer, que eram fartas dessa substâncias essas oferendas?
E para fechar com chave de ouro, além de simplista, totalmente errônea, talvez de má fé, ou por pura ignorância histórica, denominar que toda uma história rica, linda e cheia de significado, tenha sua denominação baseada em um fato grotesco e preconceituoso, que é chamar toda nossa fé e firmeza em um nome simplório, a macumba, sabedores nós africanistas estudiosos e conhecedores, que além de totalmente errada, não tem embasamento nenhum histórico?
Enfim, posso me aprofundar ainda mais nesse monte de erros grotescos, mas não vou me alongar..
Se tu, leu esse texto até o fim, meus parabéns, pelo seu interesse em saber, aprender e reconhecer um pouco mais sobre a fé nos orixás.
E por favor, por mais bonitinha, engraçadinha que seja a história, não compartilhe esse erro, pois como eu disse antes, uma mentira contada várias vezes se torna verdade, e em relação a uma fé sofredora de todo tipo de preconceito, quanto menos municiarmos os intolerantes, com erros e desacertos, melhor é  e será nosso futuro religioso.
Por Emerson de Ossãe.








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