Òjá (ó-já), termo averbado nos Dicionários Yorubá – Português, como: subs. faixa, cinta, tira ou turbante, e popularmente conhecido entre o povo de santo pelo nome de “torço”
tem sua característica identidade.
Durante o período da escravidão, era comum perceber perfeitamente as diferenças entre as diversas etnias africanas trazidas ao Brasil através dos detalhes do torço.
Aqui cito apenas dois exemplos:
Entre as mulheres da etnia iorubá (nagô) , o òjá era amarrado com várias voltas ao redor da cabeça.
Já as negras da etnia fon (jeje) usavam um lenço sobre os cabelos, dobrando o tecido em formato triangular, com a ponta para frente, com seu “bico” para baixo quando pertenciam à Vodun masculino e para cima quando feminino.
Cobrir a cabeça era tão importante para o povo antigo que, de acordo com muitos relatos, era tradição, as mulheres saírem de suas casas com a cabeça coberta por seus panos de cabeça, assim como os homens com seus chapéus.
O torço das baianas, mais do que sua identidade étnica, tinha o intuito de manter a cabeça protegida e de ordem religiosa, ou seja, através do òjá era identificado a Ìyálòrìsà (Suma Sacerdotisa) as ègbón (as mais velhas) e as ìyáwò (noviças).
De suma importância mencionar que naquela época os homens que usavam “turbantes” pertenciam eram “muçulmanos” ou “vendedores ambulantes” dos quais carregavam em suas cabeças os seus cestos e tabuleiros.
A origem do turbante é quase que totalmente desconhecida; sabemos apenas que era usado no oriente muito antes do surgimento do Islamismo.
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