POMBA GIRA (POR EMERSON C MATOS)

 

Pomba Gira.

O mau, a volúpia, a noite, a prostituta, o amor com intenção, muitas vezes má, ordinária, que só se revela se for bem paga, as trevas a mulher depravada que dorme com satanás.

A operaria maldita que sem luz procura a luz em qualquer lugar.

A inimiga dos preconceituosos e alarmistas.

 

Pomba Gira.

A mãe dos perdidos nos caminhos obscuros, a mão que segura quando cai na poça encontrada na rua e nehuma outra mão aparece,  a luz no caminho trevoso, a voz certa na hora certa, a mãe, a irmã, a tia a cumadre.

A mulher respeitada, a sabedoria, a magia, o amor e a fartura que foram perdidos, de volta.

Pomba Gira, que gira minha vida, levanta quem está em baixo e bota para baixo quem está por cima e não dá valor.

A mão de Deus, onde não se dá a mão nem de graça.

 

Pomba Gira.

A mulher mais odiada que existe na face da terra e também a que mais é mais procurada e  idolatrada, e a que tem mais filhos que qualquer outra mulher no mundo todo possa ter, mas só quando o cinto aperta e a barriga dos filhos ronca e a morte é certa e o cemitério é a última morada do indivíduo.

Pomba Gira incompreendida, mas para mim amada.