ISLAMISMO (RIO GRANDE DO SUL)

Muçulmanos de Caxias do Sul comemoram o ano 1432


Para a comunidade que segue o islamismo, época tem outro significado


Passar pelas ruas centrais no período que antecede as festas de final de ano é um desafio até para os mais pacientes. Natal e Réveillon são festas que mobilizam o mundo ocidental como nenhuma outra. Em meio a toda movimentação, uma comunidade teve no início do mês a própria passagem de ano, sem as costumeiras festas a que o povo cristão está habituado. Para a pequena população muçulmana que vive em Caxias do Sul, 1432 é o ano que se iniciou há pouco. A passagem, que aconteceu no dia 7 de dezembro, foi um dia normal para a comunidade, nada semelhante à agitação de um Réveillon.

Mas estando fora de um país islâmico, a adaptação dos fiéis ao calendário cristão é inevitável, ainda mais com a atividade exercida pela maioria dos muçulmanos da cidade. O comércio de roupas é praticamente uma marca da população que professa crença em Alá (Deus) no Brasil. Em Caxias não é diferente. Há quase quatro décadas na cidade, os muçulmanos estão à frente de lojas conhecidas da área central.

No início da década de 1980, a primeira família muçulmana aportou em Caxias. Em um universo de 435 mil habitantes, os muçulmanos somam menos de 60 pessoas. O comerciante Nasim Fayek, 30 anos, é um dos representantes do clã.

Um marco da presença muçulmana na cidade se deu há cerca de seis meses, quando uma sala comercial de um prédio antigo da Rua Visconde de Pelotas, entre as ruas Os Dezoito do Forte e Sinimbu, transformou-se em mesquita, espaço de encontro e oração. Ao contrário dos templos católicos da cidade, grandiosos e caracterizados pelas obras de arte em abundância, a mesquita é pequena, sem quadros ou objetos para adoração, proibidos pela religião.

No momento da prece, grande parte recitada em árabe, os fiéis ficam perfilados, ocupando a sala na diagonal, em direção a Meca, a cidade sagrada muçulmana. Às sextas-feiras, dia sagrado dos muçulmanos, todo fiel deve comparecer ao templo. Ao contrário de outras religiões, não há hierarquia no islamismo. Nos cultos, a oração é comandada por aquele que reúne mais condições de conduzir a prece de forma correta.

Apesar de pouco conhecida, Caxias já é rota da comunidade muçulmana no Rio Grande do Sul, tanto que em 2011 a cidade sediará pela terceira vez o Congresso Estadual de Cultura Islâmica. O encontro ainda não tem data definida, mas está previsto para o primeiro trimestre. Interessados de qualquer religião podem participar.


imagem arquivo do blog


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