A UM PASSO DA SANTIDADE

Beatificação da Madre Bárbara Maix reuniu milhares pessoas em Porto Alegre, no sábado. Rito só foi possível por força de um milagre atribuído à religiosa em 1944, no interior de Caxias do Sul. Homem que teria sido curado participou da beatificação e de uma missa especial no domingo em Santa Lúcia do Piaí. A partir de agora, a Congregação das Irmãs do Imaculado Coração de Maria busca um nova graça para o projeto de canonização de Bárbara






Porto Alegre – Às 16h53min de sábado, quando a leitura de uma carta apostólica assinada pelo papa Bento XVI oficializou a beatificação da Madre Bárbara Maix diante de um Gigantinho lotado, começaram a girar as engrenagens do projeto de canonização da religiosa.

A partir de agora, a Congregação das Irmãs do Imaculado Coração de Maria, instituição criada por Bárbara em 1849, passa a garimpar uma graça que seja atribuída à sua fundadora e tenha potencial para ser aceita pelo Vaticano como milagre. Se isso acontecer, a madre austríaca acolhida pelo Rio Grande do Sul será promovida de beata a santa.

A congregação costuma receber avalanches de relatos de supostos milagres. Eles já somam cerca de 10 mil. O milagre para a canonização, no entanto, precisa ocorrer depois da beatificação. Ou seja, a contar do último sábado.

– Agora, começaremos a rezar e a pedir outro milagre e a canonização. Não sabemos quando, onde e como, mas assim que acontecer outro fato extraordinário, além das possibilidades humanas, vamos fazer o processo e submetê-lo ao Vaticano. É uma questão de ficar atento – antecipou a irmã Gentila Richetti, postuladora da causa da beatificação, durante o rito de sábado.

Entre os que participaram da cerimônia em Porto Alegre estava o morador de São Lourenço do Oeste (SC) Onorino Ecker, 70 anos. Em 1944, aos quatro anos, ele sofreu queimaduras em Caxias do Sul. O Vaticano sustenta que o menino teve uma cura milagrosa feita por Bárbara Maix, morta 81 anos antes. No Gigantinho, Onorino exibia no pulso direito a única marca deixada pelas queimaduras.

– Este é um dia muito especial para mim, em que sinto uma emoção dentro da alma. A Madre Bárbara tem muita força e vai ser santa – disse.

Com capacidade para 15 mil pessoas, o Gigantinho superlotou. A única área onde havia espaços vagos era no setor atrás do altar. A beatificação começou às 13h30min, com uma série de apresentações em homenagem à beata. Duas horas depois, teve início a missa, presidida por Dadeus Grings, arcebispo de Porto Alegre. Logo nos primeiros minutos, o núncio apostólico Lorenzo Baldisseri, embaixador do Papa no Brasil, fez a leitura da carta que oficializou a beatificação.

Naquele momento, o mais emocionante para os devotos, milhares de lenços coloridos tremularam nas mãos dos presentes, e um grande painel com a imagem de Madre Bárbara desceu do alto, na parte posterior do altar, onde permaneceu até o fim do evento.

Pela manhã, em entrevista na cúria metropolitana, Baldisseri explicou a razão de Porto Alegre, pela primeira vez na história, ter recebido uma cerimônia de beatificação:

– As beatificações são muito importantes para a Igreja e para o mundo inteiro. Mostram um percurso de santidade e mostra que ela é possível. É uma decisão do papa Bento XVI realizá-las nos locais em que as bem-aventuradas trabalharam, reservando as canonizações para o Vaticano. Se um dia Bárbara Maix for canonizada, será na praça ou na Basílica de São Pedro.





FONTE : CLICRBS, JORNAL PIONEIRO

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