Homem armado ameaça comunidade imigrante da cidade sueca de Malmo

Os 30 por cento de habitantes da cidade sueca de Malmo com origem no estrangeiro parecem estar a ser o alvo de um homem armado que durante este último ano foi referenciado pela polícia.

A polícia lançou uma caça ao homem
A polícia lançou uma caça ao homem (Stig-Ake Jonsson/REUTERS)

As autoridades estão a investigar quem é que será o indivíduo, ou eventualmente o grupo, na origem de 18 incidentes de que foram vítimas pessoas pertencentes a minorias étnicas, as quais na Suécia tanto englobam ciganos como turcos, finlandeses, bósnios, croatas e sérvios.

Existe uma tensão crescente quanto à política imigratória, num país onde um partido que é contra os estrangeiros, o Sverigedemokraterna (Democratas da Suécia), obteve o mês passado votos suficientes para entrar no Parlamento.

As primeiras vítimas referenciadas, em Outubro do ano passado, foram uma mulher de 20 anos e um homem de 21 que se encontravam sentados num automóvel, não tendo ela conseguido sobreviver aos tiros que levou.

Os elementos da minoria étnica da cidade de Malmo, no Sul do país, frente à Dinamarca, já foram avisados de que devem tomar precauções especiais, depois de mais duas mulheres terem sido alvejadas quinta-feira à noite quando se encontravam na cozinha.

Dias antes, dois negros haviam sido atingidos a tiro nas costas quando aguardavam autocarros, em dois incidentes separados, mas que a polícia concluiu ter envolvido a mesma arma de elevado calibre.

Só nesta última semana é que a polícia sueca começou a seguir a pista de grupos de extrema-direita poderem ter algo a ver com estes crimes de carácter racista que se estão a acumular.

As autoridades procuram muito em especial um homem de 20 a 40 anos que testemunhas viram a fugir dos locais de alguns dos incidentes deste tipo. E Tahmoures Yassami, dirigente da Associação Irano-Sueca da cidade de Malmo, afirmou ao site de língua inglesa “The Local” que muitas famílias imigrantes se encontram aterrorizadas.

Erik Ullenhag, o novo ministro da Integração, já se deslocou à cidade, tendo observado ser “ainda muito cedo para se tirarem quaisquer conclusões políticas”.

Só no bairro de Rosengård, erguido nas décadas de 1960 e 1970, 86 por cento dos cerca de 22.000 habitantes são imigrantes. E o aglomerado urbano de Malmo é o que mais estrangeiros tem, em toda a Suécia, a começar pelos naturais dos países que fizeram parte da ex-Jugoslávia e pelos iraquianos. Mas também há polacos, iranianos, libaneses, húngaros e romenos.

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