Romênia pede fim de expulsão de ciganos à França

Presidente fará perido a Sarkozy pessoalmente; Parlamento aprova declaração contra deportações.





BUCARESTE - O presidente da Romênia, Traian Basescu, disse nesta quarta-feira, 22, ter pedido ao presidente francês, Nicolas Sarkozy, que interrompa a expulsão de ciganos romenos da França.

A deportação de mais de 1 mil ciganos e a destruição de centenas de seus acampamentos promovida por Sarkozy nas últimas semanas já recebeu críticas da União Europeia (UE), da Organização das Nações Unidas (ONU) e do Vaticano.

Basescu disse que Sarkozy prometeu discutir a questão com o líder romeno quando eles se encontrarem novamente, o que deve acontecer nas próximas semanas em Paris. Ele negou que as relações com o presidente francês estejam tensas, afirmando que eles têm um "relacionamento amistoso".

O Parlamento da Romênia adotou também nesta quarta uma declaração na qual critica a França pelas deportações. A carta considera o ato uma "discriminação" e uma "grave violação" dos direitos deles e das liberdades individuais.

Segundo o texto, aprovado por unanimidade, a Câmara dos Deputados vê "com preocupação" as recentes medidas das autoridades francesas, que repatriaram centenas de ciganos romenos ao país de origem.

O Parlamento romeno considera que a deportação de ciganos contraria a Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia (UE), a Convenção Europeia dos Direitos Humanos e as diretivas da UE.

Além disso, o órgão manifesta "satisfação" pelas decisões dos tribunais franceses que pediram a anulação das medidas administrativas tomadas contra os ciganos romenos.

Os deputados ainda rejeitam qualquer tentativa de relacionar os problemas aos ciganos e o funcionamento do Poder Judiciário romeno com o processo de adesão da Romênia ao Espaço Schengen, pelo qual cidadãos europeus podem circular livremente sem passaporte.

Apesar de criticado, o governo de Paris defende a deportação dos ciganos, parte das políticas de redução de criminalidade e imigração ilegal de Sarkozy. Segundo as autoridades, as expulsões se dão dentro das leis francesas e europeias.


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