FRANÇA, DE NOVO (Lei francesa sobre véu desrespeita cultura islâmica, diz líder da religião no RS)

A lei aprovada pelo Senado da França que proíbe o uso do véu islâmico integral — burca e niqab — desrespeita a cultura islâmica. A opinião é do diretor-fundador do Centro Cultural Islâmico do Rio Grande do Sul, o advogado Ahmad Ali.

Contudo, mesmo com a restrição, ele afirma que a legislação deve ser cumprida pelos muçulmanos no país francês, sob a justificativa de que cada nação possui autonomia para elaborar suas regras.

— Cada país tem suas leis. A gente respeita, apesar de a lei ser um desrespeito total à cultura islâmica. Mas cada nação tem autonomia para decidir o que pode e o que não pode em seu território — diz.

Com a aprovação na França da legislação, prevista para entrar em vigor em 2011, Ahmad acredita na tendência de adoção da norma em praticamente todos os países da Europa. Ele destaca que na Síria, nação islâmica, o uso da burca também foi proibido pelo governo.

— Como um democrata, que acredita na liberdade, acho que essa possível expansão não vai prejudicar ninguém. Até porque um ser humano quando migra para outros países tem de se adaptar à cultura local — defende o líder islâmico no Estado.

Apesar de acreditar que uma lei semelhante dificilmente seria proposta no Brasil, Ahmad afirma que a comunidade local se adaptaria facilmente. Em Porto Alegre, por exemplo, poucas mulheres utilizam burca e niqab (ambos cobrem o rosto), segundo ele. O véu mais comum no Brasil é o hijab, que deixa a face visível.

— Assim como na França, se o Brasil fizer o mesmo, vamos respeitar e nos adaptar — garante.


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