PIERRE VERGER (1902-1996)


PIERRE EDOUARD LÉOPOLD VERGER

Pierre (Fátúmbí "filho do trovão") Verger

Nascido em Paris, dia 4 de novembro de 1902, filho de uma abastada família de origem belga e alemã. Trinta anos depois, começou a mudar de vida, dando início às viagens...

Foi nesse período que também iniciou o aprendizado fotográfico, em companhia de PIERRE BOUCHER, utilizando uma ROLLEIFLEX, máquina nova na época. Sua vida foi então guiada, até o início dos anos 50, por duas paixões: viagens e fotografia.

Percorreu diversos países entre 1932 e 1945 como pesquisador para o Musée Etnographique du Trocadéro (atual Musée de l'Homme), Paris. Viajou para: Ilhas da Polinésia (1933), Japão e Estados Unidos (1934), África do Oeste (1935/36), Ásia (1937), América Central e Antilhas (1939), América do Sul (1941/46).

Até 1946, sobreviveu exclusivamente desse ofício, negociando suas fotos com grandes jornais e agências internacionais.

A partir dos anos 50, começou a desenvolver um incessante trabalho de pesquisa das culturas africana e brasileira. Em 1946, chega a Salvador, cidade que escolhe para viver, fazendo periodicamente viagens ao Benin (ex-Daomé) e à Nigéria, publicando diversos trabalhos sobre a história das comunidades afro-brasileiras.

Tendo contato com a cultura afro, o fotógrafo iniciou estudos sobre a religião, que acabaram gerando sua carreira como pesquisador do Instituto Francês da África Negra (IFAN). Radicado na Bahia desde agosto de 1946, dedicou sua vida, aprofundando-se no estudo da complexa e forte relação existente entre a África e a Bahia.

Realizou um extenso trabalho etnológico retratando o povo, seus costumes, sua cultura e principalmente as religiões Afro-brasileiras.

Como colaborador e pesquisador visitante de várias universidades, Verger conseguiu transformar suas pesquisas em artigos e livros. Entre os temas que geraram importantes produções, estão as relacionadas com a religião dos iorubás, as conseqüências sociais, econômicas e políticas do tráfico de escravos para o Brasil, e o uso medicinal e litúrgico das plantas.

Em 1960, Verger comprou uma casa na Vila América, próxima de um dos mais importantes candomblés da Bahia e ali teve contato com importantes nomes da cena cultural brasileira, como Carybé, Jorge Amado, Pai Balbino e Lina Bo Bardi, entre outros.

No final dos anos 70, Pierre Verger parou de fotografar e fez suas últimas viagens de pesquisa à África.

A obra "Orixás" ou "Orishas", de Pierre Verger, foi publicada em 1980, mostrando descrições detalhadas de rituais e presentes às divindades da África, também em Cuba e no Brasil. São 260 fotografias, ilustrações e mapas, em 300 páginas.

Seus trabalhos lhe valeram o título de Doutor em Etnologia pela Universidade de Paris, Sorbonne, e também o de Babalaô pelo Candomblé. Seu acervo fotográfico, de valor inestimável, é uma importante referência para a Fotoetnografia do Brasil.

Em 1988, criou a Fundação Pierre Verger (FPV), transformando sua própria casa em um centro de pesquisa com a intenção de disponibilizar ao grande público um acervo com dezenas de artigos, livros, 62 mil negativos, gravações sonoras e filmes, além de uma coleção de documentos, manuscritos e objetos.

Desde 1989, a Fundação Pierre Verger, conserva seus 62 mil Matriz: negativos, sua vasta biblioteca, seu arquivo pessoal e se encarrega da difusão de seu legado antropológico e fotográfico.

Seu trabalho é referência para pesquisadores que estudam as religiões relativas a esta cultura. Veja a página correspondente!

Em 11 de fevereiro de 1996, morre na mesma Salvador que o acolheu, deixando como herança um acervo fotográfico com mais de 60 mil negativos, conservados pela Fundação Pierre Verger, por ele criada em 1988.

Estas fotos foram digitalizadas à partir do catálogo da Exposição Bahia África Bahia, organizada pela Pinacoteca do Estado, São Paulo.

Comentários