TOLERÂNCIA RELIGIOSA X INTOLERÂNCIA RELIGIOSA ( ATAQUE DE EVANGÉLICOS CONTRA UMBANDISTAS)


Padre e mãe de santo unem esforços para defender um antigo Ilê do estado


Diante desse quadro de tanta incompreensão, a amizade entre um padre e uma mãe de santo, na Baixada Fluminense, soa como uma prece. Vigário da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, em Nilópolis, Athailton Jorge Monteiro Belo, o Frei Tatá, devota profunda admiração e respeito pela yalorixá Regina Lúcia Fortes dos Santos, a mãe Regina. E a recíproca é verdadeira. Os dois estreitaram a relação durante o processo de tombamento da casa sagrada da yalorixá, o Ilê Axé Opô Afonjá, criado há 130 anos na Pedra do Sal, na Região Portuária do Rio, e que funciona desde a década de 1940 no bairro Coelho da Rocha, em São João de Meriti. Foi a primeira vez no Estado do Rio que um terreiro de candomblé é reconhecido por sua importância histórica, cultural e etnográfica.

Frei Tatá cumprimenta a mãe de santo Regina dos Santos no Ilê Axé Opô Afonjá, Coelho da Rocha, que acumula 130 anos de história.

Frei Tatá é incansável para o Candomblé. O que tiver que fazer, ele fará. Tenho certeza disso”, disse mãe Regina, que recebeu a visita do padre, em seu terreiro, na quarta-feira. “A Yá nos procurou, e a gente levou para o estado, que acolheu, reconhecendo o valor dessa casa, que é tão importante quanto uma igreja matriz”, afirmou o padre, que fez questão de agradecer ao governador Francisco Dornelles, que assinou o processo. A Constituição brasileira diz que é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida a proteção aos locais de culto e suas liturgias. Existe até uma lei (7.716/89) que considera crime a intolerância religiosa e prevê pena de prisão.



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