Em todo assentamento sagrado (Igbá Orixá) tem que existir uma Quartinha de Barro em alusão ao barro primordial que Baba Ajalá construiu a cabeça dos humanos. O barro da quartinha, assim como nosso corpo, "transpira" e por isso que as quartinhas devem ser sempre de barro pois elas permitem que a água do seu interior evapore, mas deve-se ter um cuidado constante para que a quartinha não seque por completo, pois ela representa o indivíduo em comunhão com o seu Orixá.
Na África, todas as quartinha e assentamentos de Orixás eram confeccionados em barro e recipientes de cabaça, o nosso povo escravizado em solo brasileiro, se encantaram com as porcelanas das sinhazinhas e começaram a utilizar a porcelana nos assentamentos dos Orixás femininos, porém as quartinhas de porcelana e louça fazem com que a água fique estagnada o tempo todo e não evapore. Com o passar dos tempos, tradicionalmente ficou estipulado que os Orixás masculinos, possuiriam quartinhas de barro e os Orixás femininos, assim como Oxalá, Oxalufan, Oxaguiã, poderiam usar quartinhas de porcelana. Todavia o sacerdote consciente do poder do “Barro Primordial” mantém a tradição que representa a respiração da divindade, então quando a divindade necessita dessa respiração, há o ciclo de evaporação da água através dos poros do barro, para equilibrar a vida do seu adepto.
Aos Orixás masculinos são oferecidos quartinhas de barro sem alça, aos Orixás femininos são oferecidos quartinhas de barro com alça. Em alguns terreiros envolvidos com a salubridade, se mantem uma grande quartinha coletiva e muito bem fechada, para não se propagar a dengue e a febre amarela, que são responsáveis por inúmeras mortes. Quando se herda um Igbá Orixá (assentamento de santo), ou quando um Orixá se nega a ser devolvido a natureza depois da passagem de seu iniciado, as quartinhas obrigatoriamente devem ser devolvida a natureza, por representar o elo entre a pessoa e o Orixá individual.
Fonte: FACEBOOK
Sim correto
ResponderExcluir